terça-feira, 24 de abril de 2012

Metabolismo ósseo e o cálcio.


    Por ser o principal constituinte do esqueleto, o cálcio tem sido o nutriente mais pesquisado quanto aos seus efeitos no metabolismo ósseo. Entretanto, outros nutrientes influenciam o metabolismo ósseo pela alteração na homeostase do cálcio na estrutura óssea, na taxa de remodelamento ósseo e no sistema endócrino. Esses nutrientes variam de minerais (cálcio, magnésio, fósforo, sódio, potássio, e elementos traço) e vitaminas (D, A, K, C, e complexo B) a macronutrientes (proteína e ácidos graxos).  A ação desses nutrientes no metabolismo ósseo se dá conforme a quantidade consumida e também se a dieta é vegetariana ou onívora.


A preservação depende do consumo adequado de:
- Cálcio, magnésio, fósforo;
- Flúor, cobre, zinco, potássio;
- Proteína
- Vitaminas D, C, K, complexo B.
A redução depende do consumo excessivo de:
- Sódio
- Proteína
- Fósforo
- Vitamina A


Cálcio
  Os primeiros relatos sobre a relação do cálcio dietético com a massa óssea datam de 1885. Desde então estudos que induzem a deficiência de cálcio em animais demonstram claramente perda da massa óssea. Em humanos, obviamente não podemos reproduzir estudos de deficiência, mas os ensaios clínicos mostram que a suplementação do cálcio pode reduzir a perda de massa óssea e o risco de fraturas. Porém, a atribuição desse efeito benéfico ao cálcio per se requer algumas considerações, devido ao tratamento concomitante com a vitamina D, bem como outras variáveis da dieta e estilo de vida, e do incremento não substancial da densidade mineral óssea que ocorre após um ou dois anos de suplementação.
    Uma ingestão ótima de cálcio se refere ao nível individual de ingestão capaz de maximizar o pico de massa óssea, mantê-la na idade adulta e minimizar sua redução em idosos. Assim, o requerimento de cálcio varia conforme a idade e o estado fisiológico, sendo que em períodos de rápido crescimento, como a infância e a adolescência, a necessidade de cálcio é maior (1.300mg/dia). Na idade adulta, quando o  pico de massa óssea é atingido e a formação e reabsorção óssea estão estáveis, a ingestão de cálcio deve ser mantida próxima a 1.000mg/dia. Períodos em que a absorção intestinal desse nutriente está diminuída e a taxa de reabsorção óssea aumentada como nos indivíduos idosos, o requerimento de cálcio novamente se eleva (1.200mg/dia).

A biodisponibilidade de cálcio dietético é um determinante crítico da sua homeostase. Tanto o trato digestório como os rins regulam a absorção e a excreção de cálcio, e, juntamente com o tecido ósseo, determinam o balanço desse íon. Três hormônios são predominantemente responsáveis pela homeostase do cálcio:  o paratormônio (PTH) e a forma ativa da vitamina D  [1,25(OH)2D2] (também denominada calcitriol), considerados hipercalcêmicos, e a calcitocina, considerada hipercalcêmica.

GENARD, Patrícia de Souza; MARTINI, Lígia Araújo. Nutrição e Saúde Óssea. In: Dossiê Bio – Nestlé Bio Nutrição e Saúde. São Paulo: ano 3, nº6, julho 2008. p.23-29



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