quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Texto publicado na Revista das Hortensias de Gramado sobre o papel das gorduras na dieta


Na nossa alimentação, a gordura é essencial. Comer gordura ao contrario do que muitos imaginam é importante para ter uma boa saúde e para a longevidade. Nem toda gordura é ruim, pelo contrário, muitas são boas e benéficas ao nosso organismo, quando aliada a estilo de vida saudável, traz benefícios importantes tanto na prevenção como no tratamento de algumas doenças. Sem gorduras, nenhum órgão, tecido ou célula do corpo humano existiria, pois são fundamentais para a manutenção das membranas celulares, produção hormonal e condução nervosa. As gorduras são responsáveis por 25 a 30% do peso corpóreo adulto normal, e 60% da estrutura do cérebro. Então se 60% do nosso cérebro é constituído de gordura, fica fácil entender o importância dela no funcionamento cerebral, não é mesmo? . A bainha de mielina tem a função de conduzir os impulsos nervosos entre os neurônios, o conteúdo de ácidos graxos essenciais (gorduras essenciais) da alimentação influencia o humor, a inteligência emocional e o comportamento. Uma baixa ingestão de gorduras boas está relacionada aparecimento de doenças como esclerose múltipla, Alzheimer, e alterações de humor, como a depressão, uma doença muito prevalente nos nossos dias.
Outro fator importante associada a ingestão de gorduras, são as doenças cardiovasculares. Comer gorduras saturadas mais do que o recomendado irá prejudicar seu coração, essa é uma orientação habitual e que a maior parte das pessoas conhecem. Porém ingerir gordura insaturada menos do que o recomendado, também irá aumentar sua chance de ter colesterol alto e aumentar seu risco cardiovascular. Então uma forma de prevenir as doenças cardiovasculares é aumentar o teor das gorduras boas na sua alimentação!
As gorduras saturadas são aquelas provenientes de produtos de origem animal, como por exemplo as gorduras das carnes, do leite, dos queijos, etc. Não que seja ruim comer este tipo de gordura mas sim limitá-las seria uma boa atitude. As gorduras insaturadas (poliinsaturadas e monoinsaturadas) são provenientes do reino vegetal. Um exemplo delas são as gorduras advindas das azeitonas (azeite de oliva), castanhas, nozes, sementes (linhaça, girassol, gergelim, etc), açaí, abacate, etc. Infinitas possiblidades!
Um importante estudo cientifico realizado em 2010 revisou mais de 300 estudos clínicos que avaliaram o impacto do aumento do consumo de ácidos graxos poliinsaturados como substitutos das gorduras saturadas na dieta. Através dele os autores concluíram que a substituição de ácidos graxos saturados por poliinsaturados reduz o risco de eventos cardiovasculares. Para cada aumento de 5% do valor energético total da dieta, proveniente de gorduras poliinsaturadas, foi encontrada uma redução de cerca de 10% no risco de doenças coronarianas. Maravilha, não é mesmo?
Para isso, devemos ter especial atenção à quantidade de gorduras saturadas para que não exceda 10% das calorias ingeridas. Também igualmente importante é aumentar o consumo de gorduras boas na sua alimentação, coma mais sementes, inclua linhaça no seu café da manhã, use azeite de oliva extra-virgem na salada, cozinhe com oleo de canola, coma abacate no lanche da tarde. Entre outras tantas possibilidades, mais uma vez estamos diante da melhor forma de prevenir doenças, através do que você come. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Tomar café da manhã X risco cardiovscular


 Olha que interessante este estudo que fala sobre o hábito de pular o café da manhã o qual está associado a piores parâmetros de risco cardiovascular.  Este estudo publicado foi no American Journal of Clinical  Nutrition em outubro de 2010. 
Pesquisadores australianos observaram 2184 indivíduos que tinham entre 26 e 36 anos e acessaram o hábito de tomar café da manhã dos mesmos, no período da infância e na idade adulta.  Foram realizadas medidas da circunferência da cintura, exames laboratoriais e questionários do hábito alimentar atual. Através do estudo puderam observar que indivíduos que não costumavam tomar café da manhã, tanto na infância como idade adulta, tinham os piores parâmetros de circunferência da cintura, colesterol total, colesterol LDL e insulina de jejum. Com isso concluíram que pular o café da manhã está associado com pior risco cardiovascular, e apontaram que o estímulo ao hábito de alimentar-se no café da manhã pode ser uma medida de simples e importante. 

Nem preciso falar, insisto muito com meus pacientes sobre a importância do café da manhã, e tenho visto que quanto melhor vai ficando o hábito alimentar ao longo do dia, mais impotância vão dando para o café da manhã, o fato é que muitas pessoas exageram à noite e acordam sem fome! E quando começam a mudar os hábitos alimentares, vêm surpresos com o fato de que "agora sentem fome ao acordar"! E vamos pensar juntos, este é o fisiológico, você acorda, dá substrato ao seu organismo e sai para seu dia, trabalhar, se exercitar,  fazer suas coisas etc. 
Aí quando usamos argumentos consistentes como este acima, o estímulo para mudar fica bem maior. 
Até a próxima!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Gersal


 Ingredientes:
·       15 colheres de sopa de gergelim branco 
·       1 colher de sopa de sal marinho




Modo de preparo:



Coloque o gergelim e o sal em uma frigideira em fogo baixo, vá mexendo uniformemente  até ficarem douradas. 



1.    Passe o gergelim e o sal ainda quentes para um macerador ( pilão por exemplo) ou bata no liquidificador ou mixer. Deve-se fazer com que a semente se rompa e saia o óleo do gergelim, fazendo com que o sal seja absorvido. Deixe secar e após guarde em um recipiente de vidro na geladeira. 



sábado, 13 de outubro de 2012

Feijão





Tamanha é a importância da leguminosa que o Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, incentiva o consumo do feijão e coloca sua ingestão como parte de um dos dez passos para uma alimentação saudável. Ele representa uma importante fonte de ferro, fósforo, magnésio, manganês, cálcio, e em menor proporção de zinco e cobre. É ainda uma fonte relativamente boa de vitaminas hidrossolúveis como niacina, tiamina, riboflavina, piridoxina, e ácido fólico. Por conta do seu alto teor de fibras solúveis, contribui para reduzir os níveis séricos de glicose e colesterol, estimular a saciedade, e prevenir certas neoplasias como as do cólon.
Entre outros componentes do feijão, destaca-se a presença de substâncias antioxidantes – também vinculadas a um menor risco no desenvolvimento de alguns tipos de câncer e a uma menor incidência de doenças degenerativas – e de isoforma 1 do inibidor de alfa-amilase, com seu potencial efeito no combate à obesidade e no tratamento adjuvante do diabetes.
Uma das maiores vantagens nutricionais do feijão reside na sua farta composição de proteínas, que ao contrário daquelas de origem animal, contém baixos teores de gorduras totais e saturadas. Trata-se possivelmente da maior fonte protéica para as populações de baixa renda. Seu valor biológico, porém, deixa a desejar quando consumido isoladamente. Isso se deve, em grande medida, à baixa oferta de aminoácidos sulfurados como metionina, cisteína, e cistina. Daí a recomendação para que ele compartilhe o prato com alimentos da classe dos cereais, como arroz, trigo ou milho. Individualmente, o feijão e o arroz, por exemplo, possuem aminoácidos que se completam. O primeiro é rico em lisina, mas depende da metionina, presente no segundo, para compor uma refeição de maior valor protéico.
 Pesquisa:

Vários centros especializados, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) pesquisam ativamente como incrementar as propriedades nutricionais do feijão. Uma das estratégias visa reduzir sua concentração de taninos e fitatos – fatores antinutricionais que, por queralem cálcio, ferro, magnésio e zinco, comprometem a quantidade desses minerais que é efetivamente retida pelo organismo. Tal expediente leva em conta o fato de que esses fatores antinutricionais não podem ser eliminados completamente, uma vez que constituem importante fonte de fósforo para germinação da semente.
A análise da composição centesimal e o estudo da biodisponibilidade de minerais presentes no feijão ocupam papel central de uma pesquisa empreendida pela professora Norka Beatriz Barrueto Gonzalez, do Curso de Nutrição do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu. Ao avaliar as variedades de feijão mais consumidas no País (todas elas obtidas por melhoramento genético pela EMBRAPA), a pesquisadora constatou que o carioca, o preto, o branco e o rosa são os mais nutritivos, superando em 25% o teor protéico e em 300% o teor de cálcio dos demais. Em um país como o Brasil, em que a dieta geral é pobre em cálcio, a pesquisadora pondera que o feijão pode ser instrumental na prevenção de osteoporose precoce.
Em uma segunda etapa, o braço experimental desse mesmo estudo utilizou ratos Wistars, recém-desmamados, para determinar a biodisponibilidade de minerais a partir de dietas com diferentes tipos de feijão. Cálcio e magnésio figuraram entre aqueles mais bem absorvidos, enquanto cobre e zinco o fizeram em menor proporção.
Como esperado, todos os feijões nesse estudo apresentaram deficiência de um ou mais aminoácidos, sublinhando a necessidade de que seu consumo esteja associado a um cereal.

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Tabela 1 – Composição nutricional (por 100g)

Feijão-preto
Feijão-carioca

Calorias
77 cal
76 cal

Proteínas
4,5 g
4,8 g

Lipídios
0,5 g
0,5 g

Colesterol
0,0 mg
0,0 mg

Carboidrato
14 g
13,6 g

Fibra
8,4 g
8,5 g

Cálcio
29 mg
27 mg

Ferro
1,5 mg
1,3 mg

Potássio
256 mg
255 mg

Fonte: Nucleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Unicamp.



Bibliografia: 
Feijão.  In: Foco – Nestlé Bio Nutrição e Saúde. São Paulo: ano 3, nº6, julho 2008. p.37-41